Isabel Furini
Isabel Furini
É poetisa, escritora, educadora e palestrante. É criadora do Projeto Poetizar o Mundo; realizou um Recital Poético em língua espanhola na 6ª Semana Literária Sesc&Feira do Livro da UFPR, em Curitiba. Em 2018, realizou um Recital Poético, na Califórnia, USA, na Burlingame Public Library; é membro da Academia Internacional de Poesia, Arte e Filosofia e da Academia de Letras do Brasil/ Paraná; é coeditora da Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura; também atua na blogosfera: em 2008 iniciou o blog “Literatura de Isabel Furini”; sua obra Os Relógios de Dalí foi objeto de estudos e da tese de Fátima Gonçalves: “A Identidade Poético-Cultural em Os Relógios de Dalí, de Isabel Furini”. De 1999 a 2015, ministrou a oficina de Criação Literária no Solar do Rosário. Atualmente realiza leitura crítica de originais e ministra palestras. Recebeu Votos de Louvor da Câmara Municipal de Curitiba, pelo lançamento do livro Vença a Timidez, em 1992 – livro prefaciado pela poeta Helena Kolody;
DONS
a poesia possui dons ocultos
:
transforma ideias contaminadas
em água pura
e ajuda
a exorcizar os fantasmas do passado
que dormem no precipício das paixões.
NATUREZA HUMANA
prisioneiros do espaço-tempo
somos seres precários
impermanentes
cientes de estar condenados à lapide
– no contexto da galáxia somos insignificantes
menores que amebas
mas nada desfaz a arrogância humana.
DUALISMO
a claridade do céu
opõe-se à penumbra
pulam algumas gotas de chuva
em um belo dia de Sol
permanecem corpo e alma
como um grande paradoxo
nada escapa à oposição:
existem o ódio e o amor
e as sombras e a luz das estrelas
no âmago do coração.
Ainda...
Ainda tenho a memória do musgo
enrolada nos tornozelos do tempo
e nos dias cinzentos
a memória sucumbe ao silêncio
e se torna remota
e ressurgem as lembranças
das palavras que ouvia no berço
depois o destino adverso
espalhou tristezas
e caminhei pela praia dos versos
e descobri a luz das estrelas e a voz do universo.
Postura
olhe o céu
desdenhe as críticas
veja os seus inimigos
como o sapo vê os mosquitos
e sem hesitação
com olhar indiferente
abra as suas asas e voe rumo ao infinito.