Rodrigo Celestino Rocha

O Homem da Treva



A flecha tomba, o tiro é rasgado

Na mata densa, inimigo entocado

Dizimam um povo, destroem um legado

Se dizem de Deus, mas veneram o diabo


Jaú é o peixe que devora gente

Vomita a espinha, não deixa semente

O homem da treva, moeda corrente

Expulsa um povo, lhe faz indigente


Só querem colher, jamais pensam em plantar

Só fazem mentir, só visam matar

Paraíba é ruim para se navegar

Mas tiram o ouro, pro rio secar


O povo tem brio, luta resistente

Mas o homem da treva, moeda corrente

Cego por ganância, cobiça demente

Prefere ser vil, odioso, indecente


A flecha tomba, o tiro é rasgado

Na mata densa, inimigo entocado

Dizimam um povo, destroem um legado

Se dizem de Deus, mas são mesmo o diabo